A avaliação na educação mexicana. Excesso de programas e ausência da dimensão pedagógica

Ángel Díaz Barriga

Resumo


Sob a bandeira das políticas de qualidade, a partir da década de noventa, têm vindo a ser impulsionados uma série de programas de avaliação nos sistemas educativos. As autoridades educativas e os especialistas consideram que com estas acções de avaliação o sistema melhorará no seu conjunto e terá condições para formar os cidadãos e profissionais exigidos pelo século XXI. Sendo assim, actualmente, avalia‑se praticamente tudo o que acontece na escola: a instituição educativa e os seus projectos; os planos curriculares e programas de estudo, em processo de acreditação; os académicos (na sua qualidade de professores e, por vezes, nas suas funções de investigador), os estudantes, nas suas aprendizagens para o ingresso ou saída do sistema educativo.
O caso mexicano pode ser considerado como um dos que com maior claridade reflecte o modo como as autoridades educativas conseguem pôr em prática uma enorme quantidade de programas que, no fundo, são muito dispendiosos e não melhoram, necessariamente, o trabalho nas salas de aula. A autoridade educativa criou muitos programas de avaliação de estudantes, ao ponto de estes terem que resolver 5 exames de larga escala por ano. Em todos eles obtêm uma pontuação insuficiente e consideramos que não é o aumento do número de exames que a vai melhorar. No que respeita aos académicos (professores e investigadores), estabeleceram‑se 3 programas, que se aplicam com base em critérios diferentes. E, por seu lado, as instituições são avaliadas para poderem aceder a fundos públicos. Esta situação gerou múltiplas práticas de natureza burocrática e uma geração espontânea de avaliadores que realizam as suas actividades como amateurs.

Palavras-chave


Avaliação educacional; Programas de avaliação; Avaliação de académicos (professores e investigadores); Avaliação no México

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