O PISA e o debate das políticas na Escócia: as narrativas políticas sobre a participação escocesa na comparação internacional

Resumo

Este artigo analisa o acolhimento e a utilização dos resultados do PISA na Escócia da pós- -desconcentração (1999 -2007). O modelo de participação tem variado constantemente com o desenrolar do ciclo PISA. Em 2000 o Reino Unido participou como um único país (os resultados da Escócia e da Irlanda do Norte foram, mais tarde, analisados separadamente); em 2003 a Inglaterra não conseguiu atingir os níveis de resposta requeridos para a sua participação no teste, enquanto que a Escócia conseguiu; e, fi nalmente, em termos de resultados do PISA 2006, tanto a Inglaterra com a Escócia geriram e participaram no estudo em separado, apresentadas porém ofi cialmente como “o Reino Unido”. O artigo analisa o material de entrevista aos actores políticos da Escócia, fazendo algumas comparações com pontos referidos por actores políticos ingleses, quanto às razões da participação no PISA e quanto ao acolhimento e impacto dos resultados do PISA na Escócia. Como mostra o artigo, a OCDE manteve a sua posição como parceiro fi dedigno, sendo considerada o “referencial de ouro” da investigação internacional em educação. A evidência apresentada no ciclo 2000 -2006 do PISA na Escócia ilustra grafi camente a importância do PISA como reforço da confi ança num sistema que, em contraste com a Inglaterra, não tem um regime de testagem ao longo da escolaridade — o PISA indica que o sistema escocês tem um bom desempenho. Desta forma o PISA tornou -se um avaliador externo dos processos internos de garantia da qualidade. Além disso o PISA é também usado como espaço de promoção da Escócia como sistema educativo separado e distinto — e, por extensão, uma presença nacional distinta na arena internacional.